quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Fragmentos

Não quero lhe falar, meu grande amor, das coisas que aprendi nos discos, desses recortes poéticos que alimentam a alma, palavras, floreios para a vida.
John Lennon já disse que "é fácil viver de olhos fechados, sem entender o que se vê", mas quando se é um Beatle e tem o mundo aos seus pés, estar com uma japonesa estranha e possessiva pode ser um baita exercício de liberdade. Com certeza até ele teve seus dias de tormento.
Tudo é complicado, o mundo hoje é eletrônico e os corações, analógicos, batem em descompasso, arrítmicos.
Talvez você ainda se perca nas letras do Ventura, buscando em "Último Romance" o sentido para "do nosso amor a gente é quem sabe, pequena", por que nessa simplicidade toda, o Amarante eximiu a culpa de outros, deixando para nós toda a carga de suportar as responsabilidades de amar. A gente é quem sabe!
Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo o que fizemos, talvez não sejamos mais os mesmo, e não viveremos como nossos pais, nem envelheceremos como os meus e isso, as vezes, mete medo.

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