terça-feira, 18 de setembro de 2012

Terça-feira


Tenho a semana inteira pela frente, pra produzir e desfrutar das coisas que eu realmente gosto e preciso. Quem sabe eu cozinhe, ou faça algumas conservas, regule o instrumento de um amigo que o confiou a mim. 

Talvez hoje eu ouça a discografia dos Beatles, seguindo a ordem cronológica, fazendo um pequeno parênteses quando chegar em With a little help from my friends e Something para ouvir as versões do Joe Coker e, apenas por essa semana eu troque o meu Beatle preferido pelo Beatle George, ouça All things must pass de cabo a rabo e me concentre em sua genialidade. 

Posso, ainda, dispensar todo o meu tempo em concluir a leitura de Ao norte de mim mesmo, e me identificar com Noah Villas-boas, com seu estúdio caseiro, suas neuras amorosas, a idolatria pelo Lennon e seu complexo de Peter Pam.

No meio da semana, o encontro com a Matilha, cerveja, churrasco e Rock and Roll. Muitas risadas e a ressaca do dia seguinte - preço justo a se pagar por desfrutar da companhia dos amigos.

Ver filmes, sentir saudade. Tocar no violão alguma canção e sentir saudade. Olhar aquele porta-retrato e sentir saudade. Deitar a cabeça no travesseiro e sentir saudade. Acordar pela manhã e sentir saudade. Mas, que nada. Outubro tá ai.

Os dias não são assim tão diferentes, nem a rotina que se segue. O que muda é o olhar que deposito sobre eles. Então, se a escolha é minha, farei tudo isso com um sorriso na cara.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

um click

Momentos de fotografias.
Pose e sorriso.
o tempo para
um instante de eterna alegria
um click, e a vida continua
depois, vem a nostalgia
que as vezes consome
com nome de lembrança
e saudade.

domingo, 9 de setembro de 2012

ao medo


E se de repente os domingos começassem a fazer sentido e não mais fossem o tédio de uma tarde de chuva com filme na TV?!

Quem sabe da falta de zelo de um ego arrebatado surgisse a luz, mesmo que a de uma lua minguante, e o tempo, Senhor do Destino - e que não sabe de nada - a quem atribuímos tamanha responsabilidade por nossos atos escusos, nossas fraudes impensadas, nossa esperança no "amanhã", parasse de fazer diferença no curso ininterrupto da vida.

O medo do ontem que tira a coragem do amanhã. Pirando errado, deixando de fazer a diferença, depositando em alheios a carga de se fazer feliz, e não em nós mesmos. Medo... medo... medos. Os dias vãos, pessoas vêm e vão. Os fios brancos teimam em aparecer, um a um. Não há jeito. O perdão que não nos damos, a coragem que não temos.

Mais um domingo chega ao fim. Logo será amanhã de novo. Que bom. Assim, se renova a esperança naquilo que ainda virá!

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

melhor assim


Quem sabe já seja a hora de eu trocar os tênis, sempre sujos, por sapatos bem engraxados e lustros, o jeans surrado e as camisetas multicoloridas por calça e camisa de botão.

Quem sabe eu tenha que cortar o cabelo, aparar a barba, beber menos, ler mais, caminhar mais. Olhar as ruas da cidade, mudar o caminho, mudar o rumo, acertar o foco. Isso tudo eu sei.

Eu poderia por cordas novas na velha gu
itarra. Escrever mais uma canção. Mas será que ela ainda combinaria com com o sapato e a camisa de botão? Talvez nem com o cabelo.

Eu quero ser eu mesmo e ao mesmo tempo ser diferente. Quero estar com meus velhos amigos e também poder conhecer novos. Mas, me diz: Como? Se eu faço tudo sempre igual!

E você, já teve a impressão de que por mais que você se esforce, as coisas parecem sempre caminhar no sentido oposto do que você procura? 

Eu sei, pode ser um pouco de pessimismo exagerado para uma manhã ensolarada de sábado. Uma ressaca psíquica, cheia de amoralidades. Logo passa. 

Ah, e sobre o sapato e a camisa, esquece! Deixa pra outra ocasião. Continuo com o velho tênis, mesmo. Assim é melhor.