segunda-feira, 30 de julho de 2012

Lucy, agora... in the Sky


Eu não lembro a data exata, mas não esqueço do dia em que a vi pela primeira vez. Chamavam ela de Preta. Logo que o portão foi aberto, ela disparou para a rua, mostrando toda a vivacidade de uma filhote de 3 meses. Linda, era ela. Não parava quieta, corria, querendo provar todos os aromas daquele lote vazio. Acho que já nesse dia ela ganhou um gosto especial por andar de carro, toda feliz no banco traseiro daquele Celta verde, da autoescola.

Em casa, sua nova casa, encarregou-se de reconhecer a todos que ali chegavam, conquistando o carinho e a admiração e, aos poucos, tornou-se familiar a todos. Arrumamos confusão por causa do nome, era muito “pessoal” e em virtude disso, a Lucy ganhou várias derivações e apelidos. Nos últimos anos, era só “nega”.

Minha companheira. Esperava deitada em frente à porta todos os dias quando eu entreva no banho. Na sala, ficava ao meu lado enquanto víamos televisão. Reconhecia o barulho do carro e já me esperava em frente ao portão e, como diria o Robertão, me sorria latindo.

Quando sai de casa, ela ficou com meus pais. Nos finais de tarde, ali pelas 7h, convidavam ela pra assistir à missa na TV. E ela ia, ficava ali, coladinha no sofá. Aos domingos, sempre no meio do círculo formado pelas mãos entrelaçadas para a oração. Sentava ao lado do pai, esperando o seu pedaço do churrasco, pois sabia que ele sempre dava.

Por 10 anos, ela esteve ali, sempre. E hoje, ela se foi. Levou com ela parte da minha alegria, e a partir de hoje, estarei mais só.

Se existe um céu para os cachorros queridos, que nos fazem felizes, com certeza ela estará lá. Segundo a Isa, o céu de diamantes. Então lá, terá mais um par de olhos brilhantes, que antes formavam uma linda estrela quando batia a luz do sol. Já estou com saudade.

Adeus, Lucy... agora, in the sky.

sexta-feira, 13 de julho de 2012

13 de julho, dia do rock


Dia mundial do rock!
Lembro que, desde bem pequeno, na minha casa sempre teve música. Não por nada, me deram o nome de Roberto Carlos, mas se chamar de Beto, eu atendo.

Entre o grande rádio a pilha, que segundo meus pais, veio até um técnico para instalar quando foi comprado, que usava quatro daquelas pilhas grandes e, invariavelmente, estava sintonizado nas ondas da rádio Celinauta e o aparelho de som, que tocava apenas discos de vinil, havia uma grande diferença sonora.

O rádio, estava sempre na cozinha, onde ainda fica, sempre tocando as modas da época, sertanejas e populares, de Tonico e Tinoco, Milionário e José Rico e essas coisas que todo mundo conhece à Roberto Carlos, José Augusto e eventualmente uma coisa mais moderna. Minha mãe e suas empregadas faziam o serviço de casa ligadas ns ondas do “abelhão”. Já o aparelho de som, o toca-discos, ficava na sala, reduto dos meus irmãos mais velhos. Ali, a variedade era bastante grande. Sábados à tarde eram de grande movimento ali em casa, espécie de ponto de encontro com os amigos da rua, uma turma bastante parecida com a que eu tenho hoje, em número e em companheirismo.

Sentavam nos sofás da sala e ali ficavam tocando e trocando discos, alguns traziam os seus de casa, e eu, sempre metido no meio. Acho, lembrando meio assim, que nem era tão bem vindo no meio deles. Como todo irmão mais novo, estava sempre querendo participar e fazer parte daquela diversão, dos papos, mas a única coisa que eu podia mesmo usufruir era da música. Esta, estava livre a todos os presentes. Beatles, Bob Dylan, Pink Floyd, o imortal Raul Seixas e muito Robertão, “das antiga”. Eu até fazia algum protesto quando colocavam algum disco de “discoteque”, que eu achava ruim pra caralho, mas que hoje é o perfil do repertório da banda Nega Fulo, por exemplo. Vendo assim, o ruim, ainda era muito bom.

Graças a isso, mesmo o rádio da cozinha tocando as modas que eu aprenderia decór, o toca-discos da sala me conquistou, e me pôs na trilha do rock’n’roll. Meus irmãos foram casando, chegou o CD e os discos de vinil foram ficando, largados em um canto, e eu acabei por herdá-los, felizmente.

Hoje, vejo minha filhota copiando meus mp3, buscando por ela mesma as bandas de rock que interessam a ela e, felizmente, curtindo musica boa. E, isso também, me faz muito feliz!

Longa vida ao Rock’n’roll! Eu já deixei minha semente, faça você também a sua parte!