segunda-feira, 24 de outubro de 2016

The dream is over



O silêncio das tuas palavras não ditas é inversamente proporcional ao barulho dos meus pensamentos.

Queria poder ser tão hipócrita e forte quanto outrora, mas em todos esse tempo convivendo com você eu aprendi que vale mais a pena ser verdadeiro, mesmo escancarando as minhas fraquezas, porque isso me faz humano, me faz homem, e estar de bem comigo mesmo e estar ciente da lealdade perante os meus sentimentos me permite continuar em frente.

Queria dizer que o teu silêncio me agride e que não me agrada ser um calendário do ano passado, mas isso já foi dito por outro poeta, que também disse que não adianta entrar na dança depois que a música parou. Concordo.

Agora é a minha vez de ficar em silêncio e te mostrar o quão louco e ensurdecedor pode ser essa ausência de palavras, essa forma muda de expressar meus desejos e sentimentos. Chegou a minha vez de calar pra ser ouvido e se mesmo assim a percepção de erro não te tocar, é por que o universo já não queria mais que fôssemos nós.

Fica a certeza de que, apesar de toda a forma torta que as coisas aconteceram, tudo deu certo por uma porção de tempo que pra mim, as vezes, parece ainda que será eterno. Está muito claro pra mim que tínhamos, e ainda temos, tudo pra dar certo. Mas em algum momento nos faltou convicção. Perdemos a sintonia um do outro? Como, se eu ainda sinto todas as tuas frequências pulsando dentro de mim?

Não quero e não vou ser redundante e repetitivo, por que parece que estou falando apenas pra mim mesmo, e tudo o que havia pra ser dito, eu já disse. Não cabe mais eu me declarar e fazer promessas e juras de um futuro que sonho sozinho. Outro poeta já disse que sonho que se sonha junto é realidade, mas sonho que se sonha só é só um sonho que se sonha só.

The dream is over.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

4.1

Todos os anos, assim como acontece com a chegada do natal e final de ano, temos um dia em que uma espécie de autoanálise bate à porta como um agente do censo, te enchendo de perguntas, para as quais nem sempre temos uma resposta coerente ou convincente para dar naquele momento, querendo saber de você se as coisas andam como deveriam, se você está cumprindo as coisas com as quais se comprometeu, se você tem sido a pessoa que os outros esperam, se está disposto a continuar correndo atrás dos sonhos, se você não está fazendo menos do que poderia, se você é feliz... 

São coisas que passam pela cabeça quando a gente sente que está envelhecendo e as vezes tem a sensação de estar perdendo alguma coisa, deixando para trás. Pode ser apenas uma espécie de pragmatismo que me chega apenas por ser 06 de outubro, de novo.

Mas, fato é que, nessa simplicidade toda em que a vida se desvenda nos dias que sucedem um ao outro, a felicidade também se apresenta diariamente e da forma mais simples, na beleza de continuar me encantando com as coisas simples da vida, e por perceber isso é que eu tenho sempre muito a agradecer.