quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

carta


Eu não sei dizer por quanto tempo ela aguardou colada ao telefone, esperando que você ligasse. Talvez tempo suficiente para pensar em muitas coisas que a deixaram mais insegura e menos feliz.
Era notável em seus olhos a angustia das horas e dos dias em que aquela esperança de ainda ser importante pra você, de alguma maneira, foi dando a certeza da substituição. Pensava consigo: pessoas são facilmente substituíveis. 
Distraindo suas tardes com playlists cheias de boa música, ela chegava quase a sentir a mesma dor cantada por Kurt Cobain em suas letras, um misto de rejeição e ansiedade somada à ausência de alguém a quem se quer muito bem.
No fundo ela sabia que ia ser assim. Mas ela tentou, acreditou e esperou por você o quanto pode e, talvez, lá no seu intimo ela ainda espere por você, no tilintar do telefone celular ou batendo à porta para um passeio vespertino, com direito a sorvete e vitrines.

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