Desapego cultural.
Que sejamos vítimas de uma cultura pobre e viciosa
até se pode entender, mas escolher livremente pelo ruim quando se pode ter
coisa melhor, pra mim, já é burrice.
De tempo em tempo, somos abalroados por um novo hit,
um novo ritmo, surgido das “profundezas de não sei onde”, que nos inferniza com
refrões de duas palavras em repetições intermináveis e, com uma nota apenas. O
fato de conter apenas uma nota não é problema. Até mesmo o grande João Gilberto
compôs seu “Samba de uma nota só”, mas aí a conversa é outra. O que entristece
é que, enquanto se enfatiza essa selvageria feita com nome de música, como funk’s
cariocas em geral e outras coisas sanfonadas, muita coisa boa fica para trás, a
margem da mídia e do conhecimento do público.
É fato que gosto não se discute mas, felizmente, cada
um tem o seu. Também é fato que todos merecem um lugar ao sol, porém, ao meu
ver a parada musical está um tanto banalizada. Afinal, o que é música, senão a
poesia em movimento, acompanhada da melodia que faz a trilha sonora para que as
palavras ganhem a emoção devida.
Tem muita gente boa esperando a vez para entrar no
ouvido do povo. Artistas que certamente tem mais a oferecer que as balelas que
nos empurram goela a baixo.
Não quero aqui, impor o meu gosto musical, mesmo
porque não seria fácil defini-lo. Gosto da boa musica, que traga consigo alguma
mensagem positiva, tenha uma melodia que desperte o sentimento pra um momento
determinado, determinante.
Vamos pois, valorizar o que existe de bom. A cultura
é algo que desenvolvemos, primeiramente em nós mesmos, e em se tratando de
música ainda tem muita coisa por vir. Basta estar atendo.
E se quiserem
de repente, lhe empurrar para algum novo modismo, ou uma dessas músicas bregas
e sem nexo como tantas por aí, não se cale. ABRA A BOCA, E FAÇA UM GRITEDO.
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