Não quero lhe falar, meu grande amor, das coisas que aprendi nos discos,
desses recortes poéticos que alimentam a alma, palavras, floreios para a
vida.
John Lennon já disse que "é fácil viver de olhos fechados, sem
entender o que se vê", mas quando se é um Beatle e tem o mundo aos seus
pés, estar com uma japonesa estranha e possessiva pode ser um baita
exercício de liberdade. Com certeza até ele teve seus dias de tormento.
Tudo é complicado, o mundo hoje é eletrônico e os corações, analógicos, batem em descompasso, arrítmicos.
Talvez você ainda se perca nas letras do Ventura, buscando em "Último
Romance" o sentido para "do nosso amor a gente é quem sabe, pequena",
por que nessa simplicidade toda, o Amarante eximiu a culpa de outros,
deixando para nós toda a carga de suportar as responsabilidades de amar.
A gente é quem sabe!
Minha dor é perceber que apesar de termos
feito tudo o que fizemos, talvez não sejamos mais os mesmo, e não
viveremos como nossos pais, nem envelheceremos como os meus e isso, as
vezes, mete medo.
quinta-feira, 29 de outubro de 2015
terça-feira, 27 de outubro de 2015
Sonho possível
Eu percebi.
Quando fechei a porta de vidro, olhando para ele com os olhos ainda cheios de sono e mandei aquele beijo soprado na palma da mão, ainda meio indecisa em entrar, eu percebi que algo realmente não estava bem.
Aquele pequeno momento, em que os seus olhos meio baixos mostraram a tristeza, nada condiziam com as horas anteriores entre papos, risos e carinhos. Era tarde da noite, eu estava cansada, mas queria poder passar mais alguns minutos ao seu lado.
Droga! Pra que tanto pensar, se a vida é tão simples? Mas eu vivo e morro em segundos, amo e sofro em fração de segundos.
Eu poderia escrever um roteiro de novela com a nossa história, sem fantasiar, apenas contando os fatos mais verdadeiros e ainda assim o telespectador pensaria consigo: "isso só acontece em novela!"
Mas, não! É a vida real e as vezes ela é cruel, dura e insensível, ou somos apenas nós que não nos deixamos levar pela beleza das pequenas coisas, querendo tudo diferente do que é, sempre querendo algo além, por melhor que tudo esteja. Acho que é a nossa natureza humana sempre insatisfeita, como o Lobo da Estepe, aquela eterna luta entre o homem e o lobo, nunca satisfazendo a um ou a outro, quando um tem que se calar para que o outro exista. Terei eu a loucura que penso ou serei eu a loucura que os outros veem em mim?
Sai do elevador, caminhei ate o meu quarto ainda pensando se não devia descer correndo e ir até ele, e dizer o quanto ainda é importante pra mim, o quanto nosso planos são definitivos e concretos. Mas, pra onde vão os planos e sonhos quando já não acreditamos tanto neles como quando estamos felizes?
Eu quis abrir a janela e gritar pra que voltasse, que falássemos mais um pouco sobre nós ou somente sentir seu abraço quente me envolvendo. Mas não fiz. Apenas arrumei minhas coisas e deitei calada. Fiz minha pequena oração pedindo a deus e ao tempo que tudo cure.
Mas, coitado do tempo, à quem delegamos tamanha responsabilidade por aquilo que não temos coragem de resolver na hora certa.
Antes de adormecer ainda quis ligar, dizer um "eu te amo" com a voz em sussurro, porque ele costumava dizer nas vezes em que estávamos colados e falando bem baixinho que quando os corações estão próximos não é preciso gritar, nem falar alto. Eles se ouvem.
Ouvi baixinho uma das musicas que ele fez pra mim, tentando me encontrar entre os versos e ver se eu ainda estava ali. Achei que sim.
Eu apenas queria esquecer, e me entregar podendo viver a plenitude das palavras e promessas que ele fizera pra mim durante todos esses dias, com melodias de uma trilha sonora cheia de paixão. Eu sei que posso, mas o medo as vezes me consome.
Fiz um sonho estranho mas feliz, em que eu estava na rua olhando distraída para as vitrines quando um menininho cheio de sardas e com o cabelinho loiro me puxou pela mão, apontando com o dedo em riste para alguém que vinha logo atrás. Ele ajeitou o cabelo e sorriu se aproximando de mim. Caminhamos os dois em silêncio junto com o menino que pulava entre nós.
Quando acordei percebi que tudo é possível.
Era um sonho possível.
- Alô - ele respondeu do outro lado da linha
- Tá livre pra jantar hoje a noite?
Quando fechei a porta de vidro, olhando para ele com os olhos ainda cheios de sono e mandei aquele beijo soprado na palma da mão, ainda meio indecisa em entrar, eu percebi que algo realmente não estava bem.
Aquele pequeno momento, em que os seus olhos meio baixos mostraram a tristeza, nada condiziam com as horas anteriores entre papos, risos e carinhos. Era tarde da noite, eu estava cansada, mas queria poder passar mais alguns minutos ao seu lado.
Droga! Pra que tanto pensar, se a vida é tão simples? Mas eu vivo e morro em segundos, amo e sofro em fração de segundos.
Eu poderia escrever um roteiro de novela com a nossa história, sem fantasiar, apenas contando os fatos mais verdadeiros e ainda assim o telespectador pensaria consigo: "isso só acontece em novela!"
Mas, não! É a vida real e as vezes ela é cruel, dura e insensível, ou somos apenas nós que não nos deixamos levar pela beleza das pequenas coisas, querendo tudo diferente do que é, sempre querendo algo além, por melhor que tudo esteja. Acho que é a nossa natureza humana sempre insatisfeita, como o Lobo da Estepe, aquela eterna luta entre o homem e o lobo, nunca satisfazendo a um ou a outro, quando um tem que se calar para que o outro exista. Terei eu a loucura que penso ou serei eu a loucura que os outros veem em mim?
Sai do elevador, caminhei ate o meu quarto ainda pensando se não devia descer correndo e ir até ele, e dizer o quanto ainda é importante pra mim, o quanto nosso planos são definitivos e concretos. Mas, pra onde vão os planos e sonhos quando já não acreditamos tanto neles como quando estamos felizes?
Eu quis abrir a janela e gritar pra que voltasse, que falássemos mais um pouco sobre nós ou somente sentir seu abraço quente me envolvendo. Mas não fiz. Apenas arrumei minhas coisas e deitei calada. Fiz minha pequena oração pedindo a deus e ao tempo que tudo cure.
Mas, coitado do tempo, à quem delegamos tamanha responsabilidade por aquilo que não temos coragem de resolver na hora certa.
Antes de adormecer ainda quis ligar, dizer um "eu te amo" com a voz em sussurro, porque ele costumava dizer nas vezes em que estávamos colados e falando bem baixinho que quando os corações estão próximos não é preciso gritar, nem falar alto. Eles se ouvem.
Ouvi baixinho uma das musicas que ele fez pra mim, tentando me encontrar entre os versos e ver se eu ainda estava ali. Achei que sim.
Eu apenas queria esquecer, e me entregar podendo viver a plenitude das palavras e promessas que ele fizera pra mim durante todos esses dias, com melodias de uma trilha sonora cheia de paixão. Eu sei que posso, mas o medo as vezes me consome.
Fiz um sonho estranho mas feliz, em que eu estava na rua olhando distraída para as vitrines quando um menininho cheio de sardas e com o cabelinho loiro me puxou pela mão, apontando com o dedo em riste para alguém que vinha logo atrás. Ele ajeitou o cabelo e sorriu se aproximando de mim. Caminhamos os dois em silêncio junto com o menino que pulava entre nós.
Quando acordei percebi que tudo é possível.
Era um sonho possível.
- Alô - ele respondeu do outro lado da linha
- Tá livre pra jantar hoje a noite?
sábado, 24 de outubro de 2015
Vou me amarrar
Quantas noites sem dormir
você ainda espera que eu tenha
até entender
essas suas frases sem sentido
esse seu medo desmedido de viver
não é ter pressa,
mas meu bem o que interessa
à esse velho companheiro seu
é ter o brilho dos teus olhos nos meus olhos
e seu corpo sempre junto ao meu
não é pra ontem
nem pra hoje
é pra sempre o que eu digo
e você sabe bem
eu posso ser o seu amigo
companheiro no perigo
e no prazer
e se as pessoas se convencem
que no céu já não tem mais
nenhum lugar pra eu e você
eu digo: Babe, fique calma
eu já vendi a minha alma
só pra te ter
eu vou vestir o meu terno
e vou te encontrar
eu vou lustrar os sapatos
e vou me amarrar
me dê sua mão
e acerte o passo junto com o meu
que de agora em diante
nós seremos gigante
seremos mais que dois.
você ainda espera que eu tenha
até entender
essas suas frases sem sentido
esse seu medo desmedido de viver
não é ter pressa,
mas meu bem o que interessa
à esse velho companheiro seu
é ter o brilho dos teus olhos nos meus olhos
e seu corpo sempre junto ao meu
não é pra ontem
nem pra hoje
é pra sempre o que eu digo
e você sabe bem
eu posso ser o seu amigo
companheiro no perigo
e no prazer
e se as pessoas se convencem
que no céu já não tem mais
nenhum lugar pra eu e você
eu digo: Babe, fique calma
eu já vendi a minha alma
só pra te ter
eu vou vestir o meu terno
e vou te encontrar
eu vou lustrar os sapatos
e vou me amarrar
me dê sua mão
e acerte o passo junto com o meu
que de agora em diante
nós seremos gigante
seremos mais que dois.
terça-feira, 13 de outubro de 2015
aos 40
Hoje, ao entrar na escadaria do meu prédio eu pensei comigo: cara, eu
não tenho quarenta, isso não é possível, faz poucos anos eu estava com
18... Mas, felizmente, é verdade.
Já faz muito tempo que ouço dizer que a vida começa aos 40. Enfim, cheguei, estou aqui, e me sentindo muito bem com isso, por que sei que fiz valer a pena.
Tenho historias pra contar. Fiz e perdi barriga. As vezes comendo e bebendo demais em fases felizes, outras secando igual maracujá de gaveta, sofrendo com o coração.
Quem me conhece de verdade sabe... Meu coração é latente, é ele quem manda, sempre aberto e a mostra... Quer entrar? Seja bem vindo!
Tenho amigos pra caralho... Mais do que posso contar com os dedos das mãos, e isso é raro. E isso tudo a vida me deu de graça.
Amo, e amo muito. Amo tudo e todos.
Amo minha família, amo meus pais e meus irmãos.
Amo minha filha, a Isa, e quem a conhece sabe que não tem como não amar uma pessoa tao linda, inteligente e tão do bem como ela. Meu grande presente em todos esses anos. Amo meus amigos sem mais nem porque.
Tenho uma historia de amor com a música, com o rock, com minhas bandas, com meus amigos músicos, Tom, Tomate, Vivan, Julião, Bruno, Barza, Marcinho, Julico, Pique... Caras que dividiram o palco comigo infinitas vezes. Tayro, Dini, Edy, Ricardinho, pessoas que me deixavam feliz quando chegavam pra somar com a sonzeira que rolava no palco, uma vibe que de repente só nós sentíamos naquela hora e que fazia a magia acontecer.
Mas, é longe das luzes fracas que iluminam um palco que a vida continua a acontecer.
E, nessas horas de sol claro, de muita luz e calor que eu não esqueço de quem sou, do que quero pra mim, e pra onde vou.
E, pra onde vou?
Desce a escada e me espera na entrada que eu to chegando. Pra onde?
Pro futuro!
Segura a minha mão e deixa acontecer!
Já faz muito tempo que ouço dizer que a vida começa aos 40. Enfim, cheguei, estou aqui, e me sentindo muito bem com isso, por que sei que fiz valer a pena.
Tenho historias pra contar. Fiz e perdi barriga. As vezes comendo e bebendo demais em fases felizes, outras secando igual maracujá de gaveta, sofrendo com o coração.
Quem me conhece de verdade sabe... Meu coração é latente, é ele quem manda, sempre aberto e a mostra... Quer entrar? Seja bem vindo!
Tenho amigos pra caralho... Mais do que posso contar com os dedos das mãos, e isso é raro. E isso tudo a vida me deu de graça.
Amo, e amo muito. Amo tudo e todos.
Amo minha família, amo meus pais e meus irmãos.
Amo minha filha, a Isa, e quem a conhece sabe que não tem como não amar uma pessoa tao linda, inteligente e tão do bem como ela. Meu grande presente em todos esses anos. Amo meus amigos sem mais nem porque.
Tenho uma historia de amor com a música, com o rock, com minhas bandas, com meus amigos músicos, Tom, Tomate, Vivan, Julião, Bruno, Barza, Marcinho, Julico, Pique... Caras que dividiram o palco comigo infinitas vezes. Tayro, Dini, Edy, Ricardinho, pessoas que me deixavam feliz quando chegavam pra somar com a sonzeira que rolava no palco, uma vibe que de repente só nós sentíamos naquela hora e que fazia a magia acontecer.
Mas, é longe das luzes fracas que iluminam um palco que a vida continua a acontecer.
E, nessas horas de sol claro, de muita luz e calor que eu não esqueço de quem sou, do que quero pra mim, e pra onde vou.
E, pra onde vou?
Desce a escada e me espera na entrada que eu to chegando. Pra onde?
Pro futuro!
Segura a minha mão e deixa acontecer!
penso
Por que eu penso tanto em você... por que essa dor que eu sinto... por que esse medo? Por que?
Onde há amor, não deveria ter espaço pra esses outros sentimentos menores... então, por que você não vem e arranca isso de mim e me faz melhor, me faz todo teu como eu realmente sinto que sou?
Não tem hora nem lugar, apenas vem.
Vamos fazer do trivial o tri legal e dessa dor o amor mais bonito que alguém já sonhou.
Onde há amor, não deveria ter espaço pra esses outros sentimentos menores... então, por que você não vem e arranca isso de mim e me faz melhor, me faz todo teu como eu realmente sinto que sou?
Não tem hora nem lugar, apenas vem.
Vamos fazer do trivial o tri legal e dessa dor o amor mais bonito que alguém já sonhou.
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