quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

carta


Eu não sei dizer por quanto tempo ela aguardou colada ao telefone, esperando que você ligasse. Talvez tempo suficiente para pensar em muitas coisas que a deixaram mais insegura e menos feliz.
Era notável em seus olhos a angustia das horas e dos dias em que aquela esperança de ainda ser importante pra você, de alguma maneira, foi dando a certeza da substituição. Pensava consigo: pessoas são facilmente substituíveis. 
Distraindo suas tardes com playlists cheias de boa música, ela chegava quase a sentir a mesma dor cantada por Kurt Cobain em suas letras, um misto de rejeição e ansiedade somada à ausência de alguém a quem se quer muito bem.
No fundo ela sabia que ia ser assim. Mas ela tentou, acreditou e esperou por você o quanto pode e, talvez, lá no seu intimo ela ainda espere por você, no tilintar do telefone celular ou batendo à porta para um passeio vespertino, com direito a sorvete e vitrines.

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

2013


Acabei de passar meu primeiro café de 2013. 
O café é novo, mas nem tudo me parece tão novo assim, não fosse pelo calendário, ainda sem rabiscos e orelhas de burro. 
Estamos sempre a procura do novo. Novos discos, novos livros, novos amigos, novos amores ou novas formas de amar e, parafraseando Belchior, "o novo sempre vem", ou as vezes nós é que vamos ao seu encontro, deixando as velhas roupas coloridas para quem precise delas, para quem elas ainda sirvam. 
2012 teve início ao redor do fogo, com gritos e cantoria, numa alegoria digna de um ritual de iniciação e se findou sob a chuva terna de quem plantou a semente e agora rega, para fazer de 2013 uma árvore frondosa e cheia de bons frutos.
Outros 364 dias seguirão a orientação do trabalho, da fé e do amor. Fazer valer a pena e ser feliz.
Bom 2013 à todos!