Quem sabe já seja a hora de eu trocar os tênis, sempre sujos, por sapatos bem engraxados e lustros, o jeans surrado e as camisetas multicoloridas por calça e camisa de botão.
Quem sabe eu tenha que cortar o cabelo, aparar a barba, beber menos, ler mais, caminhar mais. Olhar as ruas da cidade, mudar o caminho, mudar o rumo, acertar o foco. Isso tudo eu sei.
Eu poderia por cordas novas na velha gu
itarra. Escrever mais uma canção. Mas será que ela ainda combinaria com com o sapato e a camisa de botão? Talvez nem com o cabelo.
Eu quero ser eu mesmo e ao mesmo tempo ser diferente. Quero estar com meus velhos amigos e também poder conhecer novos. Mas, me diz: Como? Se eu faço tudo sempre igual!
E você, já teve a impressão de que por mais que você se esforce, as coisas parecem sempre caminhar no sentido oposto do que você procura?
Eu sei, pode ser um pouco de pessimismo exagerado para uma manhã ensolarada de sábado. Uma ressaca psíquica, cheia de amoralidades. Logo passa.
Ah, e sobre o sapato e a camisa, esquece! Deixa pra outra ocasião. Continuo com o velho tênis, mesmo. Assim é melhor.
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