terça-feira, 24 de abril de 2012

assim assado


assim, assado
o preto no branco
usando colírio ou óculos escuros
pra quem espera o fim do mundo
o amanhã é uma piada
tire a sorte grande
pra não ter o azar de ser o escolhido
na hora errada como sendo o alguém certo
mato ou morro
é pagar pra ver
por que se ficar o bicho pega
se correr, o bicho cansa
e a dança
a ciranda das noites de muitas estrelas
hora ou outra chega ao fim
por que o sol nasce
e o teu brilho é o primeiro que cessa
estampando na cara as profundas marcas que a alma guardou
bobagens, bobeiras, balelas
a melodia surda que ninguém mais ouve
o trato, o trote e o tropeço
mas deixa
talvez só mais um porre
um poste
festim
o fim
quem sabe
quem vai saber?
tantos
e tão poucos que valem a pena,
uma dezena
um pouco mais
e o riso, cansado mas verdadeiro
nascendo pertinho da orelha
por uma centena de bons motivos
espera a boa hora
e certamente terá
vez e lugar

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