Saiu dizendo que ia comprar cigarros. Ela deve ter achado estranho, afinal ele não fumava.
Naquele dia ele estava disposto a dar um novo rumo às coisas que o perturbavam. Não tinham filhos, muito menos dinheiro pra criar um. Bem que, isso não seria um problema, afinal nesse país, quanto menos dinheiro se tem, mais filhos se faz. Mas isso não vem ao caso.
Naquela manha porém, ele saiu da cama, como todos os dias, com o pé esquerdo. Não, não metafóricamente. Esse era o pé que ia ao chão primeiro todas as manhãs, como o primeiro passo de uma rotina cansativa e matadora. Há meses sem emprego, via dia a dia nos olhos dela a acusação pela miséria por que passavam, e carregava sem discutir essa culpa. Era ele, sempre fôra ele o culpado de tudo. Quando decidiram se casar, ele assegurara a ela uma vida no mínino estável, confortável nem tanto, mas o básico ele tinha garantido. Viveriam nem que fosse de amor, mas este, o amor, foi o primeiro a ir embora, a abandonar o barco.
Saiu, deu um passo, outro e mais outro e a distância foi tornando ainda menor a casinha que ficava para trás. Enquanto andava, foi passando na memória os ultimos anos, dias e tentando assim saber o quanto certo ou errado estava.
Passo atras do outro. Um bar. Entrou. Comprou cigarros.
Saiu para a rua, e passo atras do outro voltou para casa.
Saiu, deu um passo, outro e mais outro e a distância foi tornando ainda menor a casinha que ficava para trás. Enquanto andava, foi passando na memória os ultimos anos, dias e tentando assim saber o quanto certo ou errado estava.
Passo atras do outro. Um bar. Entrou. Comprou cigarros.
Saiu para a rua, e passo atras do outro voltou para casa.
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