segunda-feira, 27 de outubro de 2008



A banda Madona bége, da qual sou vocalista e guitarrista (tento ser), lançou nesse mês de outubro sua primeira cria, o CD demo Yellowfante. Muitos perguntam: de onde vem esse nome, o que quer dizer? Nada, apenas um nome, sonoro por si só, e que me lembra um elefante amarelo. Mas fora o nome, o disco comtempla 12 músicas, selecionadas entre outras tantas que aguardarão o próximo disco, ou não. Elas trazem um pouco das experiências que todos nós adquirimos com outras bandas, outros músicos e com zilhões de horas ouvindo os clássicos, undergrounds, indies, garagens e por ai afora. O material foi gravado ao vivo nos estudios do Mr. Edy, em Pato Branco e está disponível para todos os interessados. É só entrar em contato e levar seu Yellowfante pra casa. É um disco fácil, com letras fáceis e melodiosas. Vale a pena conferir. Deixe de lado esse preconceito de que santo de casa não faz milagres e de uma oportunidade pra provarmos que aqui também se faz música boa. Ok.

Você pode ouvir também no www.myspace.com/madonabege, onde tem 6 músicas disponíveis para download, mas recomendo adquirir o disco, onde estão todas as letras e as outras 6 músicas.
Também, para que quiser baixar o disco completo, ai está o link.

http://rapidshare.com/files/181524060/Madona_B_ge.rar.html



Qualquer dúvida deixe um post. e eu respondo.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Amanhã é um novo dia Shakespeare


Talvez naquela época ele ainda tocasse toda a discografia da Legião Urbana. Mas faz um tempo que isso virou piada. Agora talvez esteja velho demais para o sucesso como comentou há algum tempo. Passaram os dias correntes em seu semblante aborrecido e convincente, porém nada disso fez com que a guitarra velha parasse de gritar em suas mãos.
Talvez uma garota possa fazer da sua vida um barato, ainda mais quando Shakespeare inventou o nome dela. Até parece que ele sabia o quanto era preciso estar nessa estória, afinal não é a toa que se enche a cara escrevendo romances e bebendo vinho! Morreu, é claro, mas longe, distante de seu tempo, alguns poucos podem notar os sinais vivos de sua presença. Seja num quadro novo e mal pintado, uma viagem louca para o fim do mundo, uma noite de bebedeira ou numa história de amor:
Depois que viram o sol nascendo várias vezes em cima da caminhonete velha, de vários lugares diferentes, ele amargou o titulo de bonzinho que não é bom e nem ruim, somente sozinho. Não bastou ensinar que o sol era preciso ser buscado pela manhã. Mostrou o caminho e ensinou-a na direção. Não restou sequer um pedaço de coração dela para ele.
Chovia naquele dia, mas a chuva não era suficiente para esconder as lágrimas tímidas que corriam sobre o rosto claro e a barba mal crescida. Todos os dois eram jovens demais para pensar que é impossível viver em mundos tão iguais, que quando mudam a cor das suas flores, tornam-se muito diferentes. Ela se foi, a flor mudou de cor e o cravo levou mais dois para muito, muito longe, onde cantava como a cigarra e desfazia a imagem do velho mundo.
Mudou de lado e agora tinha um quintal. Cuidava do cachorro, passeava aos domingos, cortava a grama e lavava a calçada. Esperou nove meses até a bela nascer. Que de tão bela, Isabela. A flor?... nunca mais ouviu-se falar dela. O melhor que poderia ter acontecido. E se quer mesmo saber, Shakespeare foi um bêbado filho da puta! Enquanto dirigia durante horas intermináveis desde as sete da manhã, as guitarras enferrujavam suas cordas e esperavam a madona que viria salvar o seu prazer.
Tudo vai bem enquanto a gente esconde o que é de verdade. E dessa vida o que não era mentira foi somente a bela, Isabela. Shakespeare não sabia do invento dos telefones, porque se soubesse, posso garantir que incluiria um em seu romance. Esperando para mais uma noite boemia num bareco qualquer, ele atende e sabe que ela está de volta. Não resolve nada lembrar do sol nascente e flores em canções de amor sem levar um choque. O cachorro, os passeios de domingo, o jardim, tudo ficou elétrico. E o estado de choque durou somente até a noite. A noite que em meio às luzes furiosas do jardim elétrico as flores ganharam um colibri.
Torrados pela paciência de suportarem uma vida longe de suas vontades, resolvem limpar as traças das roupas de adolescentes e desvairar em meio a gostos certos de satisfação. Dançarem juntos a noite inteira e brindarem o tempo que passa rápido demais. E Shakespeare? Bem, ele não escreveu esse final, já que esse final é presente. E ele não sabia de amanhã. E eles dois, estão presentes. Lá, escorados no balcão, um de um lado outro do outro. De repente pode-se ouvir uma alfinetada boba de um lado ou de outro, coisas pequenas demais para serem consideradas. Nada além de coisas pequenas. Se ouvir bem ela agora disse: “Beto vamos?” E ele: “Calma Julieta! deixe pegar minha guitarra.”
por: Michael Caldato, 2007.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Saiu dizendo que ia comprar cigarros. Ela deve ter achado estranho, afinal ele não fumava.

Naquele dia ele estava disposto a dar um novo rumo às coisas que o perturbavam. Não tinham filhos, muito menos dinheiro pra criar um. Bem que, isso não seria um problema, afinal nesse país, quanto menos dinheiro se tem, mais filhos se faz. Mas isso não vem ao caso.

Naquela manha porém, ele saiu da cama, como todos os dias, com o pé esquerdo. Não, não metafóricamente. Esse era o pé que ia ao chão primeiro todas as manhãs, como o primeiro passo de uma rotina cansativa e matadora. Há meses sem emprego, via dia a dia nos olhos dela a acusação pela miséria por que passavam, e carregava sem discutir essa culpa. Era ele, sempre fôra ele o culpado de tudo. Quando decidiram se casar, ele assegurara a ela uma vida no mínino estável, confortável nem tanto, mas o básico ele tinha garantido. Viveriam nem que fosse de amor, mas este, o amor, foi o primeiro a ir embora, a abandonar o barco.
Saiu, deu um passo, outro e mais outro e a distância foi tornando ainda menor a casinha que ficava para trás. Enquanto andava, foi passando na memória os ultimos anos, dias e tentando assim saber o quanto certo ou errado estava.
Passo atras do outro. Um bar. Entrou. Comprou cigarros.
Saiu para a rua, e passo atras do outro voltou para casa.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

hoje a noite chega sob o meu olhar cansado
mas tudo bem, estamos lado a lado
mas quantas vezes, quantas madrugadas eu passei perdido
esperando em outras bocas esse seu sorriso
quando Shakespeare escreveu
quem Romeu tanto amou
sequer imaginou que eu podia amar, que eu iria amar também
passei a vida toda esperando por alguém
passei a tarde inteira querendo te encontrar
pra contar que me encontrei em ti
e que estou contente.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

final de tarde, início de primavera... as sobras vão longe, enormes, aumentando o contraste de minha tão pequena existência. A rotina me consome, os dias se esvaem em silvos e estrondos, levando para longe a melodia musical que me completa, que me faz vivo e justifica definitivamente o meu "Ser".
Vivo da atividade diurna, do sol, do calor, mas são as noites que me revelam, me preenchem e, a escuridão, com suas facetas tão diversas é revelada, vezes pelas chamas febris de uma fogueira, outras pelas luzes de um palco mal ilumindado.
Grito, canto e tremo, e me embriago em Lá menor, em Dó maior, mas eis que chega alguém e diz: caia em Si, o show acabou e a vida continua.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Hoje é o primeiro dia...
o que virá depois?
não sei... mas com certeza a noite virá!