As vezes fico admirado com a
capacidade das pessoas em se enaltecerem e se prostrarem superioras a outras,
com olhares julgadores ou com suas atitudes excludentes, escancarando a
opacidade de suas almas cansadas e fracas.
Acho que foi Oscar Wilde quem escreveu
que, todo santo tem uma história e todo pecador tem um futuro.
Eu já quis ser padre, professor, veterinário,
músico de sucesso. Hoje, raramente vou à igreja, o pouco que sei é posto
seguidamente em dúvida, gosto de churrasco e tenho algumas poucas músicas
guardadas no armário. Pra falar a verdade, nem sei o que sou.
Nesse caminho entre o querer ser
e o não ser nada de hoje, acredito ter feito muitos acertos e,
incontestavelmente, muitos erros.
Assim como acontece com tantas
outras pessoas, eu também já fui dito como drogado, maconheiro e tantos outros
“eiros” por ai, por pessoas que não me conheciam, as quais me atribuíam
subjetividades sem nunca ter dividido mais que o mesmo espaço no trânsito da
calçada. Não é normal, mas é costumeiro que isso aconteça.
Sempre pude escolher com quem me
relacionar, e nunca foi a opção sexual dos meus amigos ou mesmo se usavam a
Ilex Paraguariensis ou Cannabis Sativa na primeira hora da manhã que me fez desconsiderar
suas amizades.
Há quem leve adiante uma história
ou fique cheio de dedos, tomando partido sem conhecer Fulano ou Cicrana. Não esqueça,
você também já pisou na bola, hora ou outra. Se você se abstém em falar dos
seus erros ou dos seus amigos, muito melhor ter a mesma atitude para com alguém
que você apenas ouviu falar ou cruzou vez ou outra por ai.
O mundo gira, e nessas tantas
voltas, talvez você já tenha passado cambaleante por mim.
Talvez não. Então, levante a cabeça e olhe mais ao longe. Muito provavelmente
você possa ver um pouco mais além do que esse pequeno mundinho que te rodeia.